segunda-feira, 31 de maio de 2010

Nunca me deixes

Recentemente, (abrangendo as temáticas dadas nos módulos de CP5 e STC7) li o livro “Nunca me deixes” de Kazuo Ishiguro, que aborda a questão da clonagem humana.

Na minha opinião, este livro é tão fascinante como perturbador, pois, à medida que o desfrutava, fui-me apercebendo da fragilidade humana e de como os clones estão destinados a “servir” os seus “criadores”, doando-lhes os órgãos até ao limite.

Ao ler o livro, fui completamente invadida por uma sensação de revolta e repulsa, pois considero a clonagem um atentado à espécie humana.

Como é possível criar, em laboratório, um ser humano e limitá-lo à informação, à educação, ao desenvolvimento e, sobretudo, condená-lo a um destino cruel, sem lhe dar possibilidade de escolha?

É como se fosse “sucata” e apenas servisse para a recolha de “peças”… Até me arrepio com essa possibilidade: parece-me desumano, anti-ético e ... deplorável!

Os Clones são pessoas e têm sentimentos, receios, dúvidas …tal como todos nós! E chega a ser comovente a indiferença das pessoas face a este assunto, pelo que considero extremamente importante que todos tenhamos consciência da necessidade de uma reflexão colectiva, sem nunca esquecer os nossos valores, as nossas convicções e sobretudo, aquilo que representamos na sociedade, ética e moralmente!

Vera Freitas, aluna da turma EFA de Técnico de Secretariado

quinta-feira, 27 de maio de 2010

A Linguagem dos Afectos

Durante a Feira do Livro que se realizou na escola, o Centro Novas Oportunidades promoveu um Momento de Poesia para os adultos, convidando o Sr. Armando Cunha, a desenvolver o processo de RVCC de Nível Básico, para partilhar com outras pessoas o seu gosto pela leitura e pela escrita. Integrada no projecto Novas Oportunidades a Ler+, esta actividade permitiu aos adultos aperceberem-se que a leitura e a escrita não é apanágio de letrados, mas acessível a todos. Qualquer um pode experimentar.

Não se considerando poeta, Armando Cunha – O Flora - revelou às pessoas presentes que anda sempre acompanhado de um pequeno bloco onde vai anotando palavras e ideias que lhe vão surgindo no dia-a-dia, enquanto observa a realidade que o rodeia. Depois, os versos vão-se compondo na sua cabeça e só mais tarde os passa para o papel. O dicionário passou a ser, também, seu companheiro, na busca da melhor palavra para exprimir o que sente.

Residente em Lordelo, divulga alguns dos seus poemas no jornal local. Em sessão de Júri de Certificação declamou o poema: Voltar à escola.

Quando queria aprender
Fui trabalhar, vergar a mola
Agora que estou velho
Voltei a ir à escola

Vou de pasta não de sacola
Como na primeira classe
Nos bancos daquela escola
Senti um rubor na face

Tentarei ser dedicado
Seguir as aulas com agrado
Até me faz sentir saudades

Agora trago na mente
Esta ocasião excelente
Que é as Novas Oportunidades

O Flora, em 11-11-2009