Fernando Pessoa morreu há 75 anos, mas a sua obra continua viva e a fazer-nos sonhar. Aqui fica um poema em sua memória.
Entre o sono e o sonho,
É o que eu me suponho,
Corre um rio sem fim.
Passou por outras margens,
Diversas mais além,Naquelas curvas viagens
Que todo o rio tem.
Chegou onde eu habito
A casa que hoje sou.
Passa, se eu me medito;
Se desperto, passou.
No que me liga a mim
Dorme onde o rio corre –
Esse rio sem fim.
In Poesia 1931-1935 e não datada , Assírio & Alvim, ed. Manuela Parreira da Silva, Ana Maria Freitas, Madalena Dine, 2006
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