domingo, 17 de outubro de 2010

Eu e as Mulheres da Minha Vida, de Tiago Rebelo

Trata-se de um romance escrito de forma ligeira e que conta uma história que por muitos terá sido vivida ou que, pelo menos, muitos já terão ouvido contar da boca de um amigo ou de uma amiga: um homem que, aos 35 anos, saturado da sua vida rotineira de marido e pai, dá por si envolvido com uma mulher que de início imaginou inacessível e para a qual não teria unhas.
Quase sem saber como, foi promovido no seu emprego e chega a director do banco onde era um amorfo funcionário. Foi nessa altura que, também quase sem saber como, a sua colega Cátia, a quem sugestivamente chamavam Monica Bellucci, revela ter interesse nele. Enfadado com a sua vida, envolve-se com ela, achando estar a viver um sonho. É claro que, esgotado o efeito novidade, essa nova relação acaba também ela por se tornar rotineira e o sonho vira pesadelo. Só que, nessa altura, a vida do marido (chama-se Zé, neste caso) estava já toda desordenada, vendo-se completamente incapaz de por ordem na casa. Junta à primeira uma segunda amante e entretanto começa a constatar que afinal de quem sente falta é da mulher, a genuína.
Portanto, é uma história já muitas vezes contada, especialmente no boca a boca, e que Tiago Rebelo resolveu passar à escrita, criando um romance muito leve e descontraído que pode ser lido de uma assentada. Não faltará quem se identifique com o enredo ou, pelo menos, com episódios do mesmo. A obra tem os seus momentos divertidos e vive, essencialmente, das personagens masculinas e dos seus diálogos, bastante vivos – era um livro que daria, por exemplo, uma peça de teatro bem animada, ou uma série despretensiosa. No cinema poderia dar uma comédia ligeira, mas isso é algo que em Portugal é uma espécie de sonho irrealizável. Se bem que se o Zé conquistou a Monica Bellucci…

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